REBANHO BOVINOS BRASILEIRO |
O rebanho bovino brasileiro é o maior rebanho comercial do mundo, superando o indiano e o chinês. É composto por cerca de 80% de animais de raças zebuínas (Bos indicus) e de 20% de raças taurinas (Bos taurus).
O gado zebuíno, de origem indiana, destaca-se por sua rusticidade, podendo ser diferenciado do gado taurino pela presença do cupim na região da cernelha. A raça Nelore é de destaque entre o rebanho zebuíno do país, constituindo cerca de 90% dos animais de origem indiana, estando distrubuídos ao longo do território. Já o gado taurino está concentrado principalmente nos estados da região sul (Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul), cujo clima é muito parecido com o clima europeu (origem geográfica da raça).
Os taurinos de médio porte (raças britânicas) são conhecidos por sua precocidade sexual, o que lhes permite produzir uma carne com excelente acabamento de gordura (gordura de cobertura) e idade precoce para o início da vida reprodutiva, o que é vantagem para o produtor. Hereford, Shorthon e Angus são exemplos de raças taurinas de médio porte. Simental e Limousin são raças taurinas de maior porte (raças continentais) e que por isso, são um pouco mais tardias, produzindo uma carcaça mais pesada.
A rusticidade dos zebuínos, em especial do Nelore, lhe confere resistência ao calor, a doenças e parasitas. Algumas características corpóreas contribuem para esta rusticidade: pêlos curtos e finos (facilidade na perda de calor) e pele com melanina (proteção contra raioas ultravioletas) tornam os zebuínos, em condições tropicais e/ou subtropicais, altamente eficientes para produção de carne.
O aumento da superfície do corpo também favorece a perda de calor pelo animal. Orelhas e barbela (acúmulo de pele logo abaixo do pescoço e acima do peito) favorecem esse aumento de superfície (alguns cientistas não concordam que a barbela contribua para esta perda de calor).
A adaptação ao esquema extrativista da pecuária (alimentação a pasto) também contribui para a predominância desta raça Nelore no país. Obviamente que as raças taurinas também apresentam características bastante interessantes para a pecuária de corte: precocidade sexual, habilidade materna e deposição muscular são algumas delas.
O marmoreio é uma das mais valorizadas características, por conferir à carne suculência e maciez. As raças européias são especializadas na produção deste tipo de carne, na qual há grande deposição de gordura entremeada. As raças zebuínas, não trabalhadas adequadamente, produzem uma carne com qualidade inferior em relação às raças européias. No entanto, os trabalhos de melhoramento e seleção genética já permitem a formação de linhagens de Nelore para a produção de carne de excelente qualidade. Do cruzamento entre taurinos de médio porte e zebuínos resultam animais com características bastante desejáveis: precocidade sexual, habilidade materna, musculosidade e acabamento de carcaça (proveniente da genética européia) e, rusticidade, melhor conversão alimentar e excelente ganho de peso a pasto (proveniente da genética zebuína). Assim, obtêm-se, num único animal características de ambas raças.
Além disso, a procura pelas raças zebuínas tem crescido nos últimos anos, em especial da genética produzida pelo Brasil. Dentre os países que mais importam estão os árabes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário